Dermatite atópica – Padecendo no Paraíso
1- O que é a dermatite atópica? Quais as causas e os sintomas? Geralmente a doença ocorre em que faixa etária?
É uma doença crônica e não contagiosa que causa inflamações na pele. O quadro cursa comumente com coceira e lesões tipo eczema (descamação e vermelhidão) em diferentes partes do corpo. A etiologia não é exatamente conhecida, sendo multifatorial. Observa-se um caráter familiar e freqüentemente está associada à asma ou bronquite e rinite alérgica. A doença se modifica de acordo com a idade. Nas crianças menores (entre 3m e 3 anos), as lesões são mais avermelhadas e estão localizadas na face, no tronco e nas superfícies externas dos braços e pernas. Nas crianças maiores (3 anos até adolescência) e adultos, têm lesões principalmente nas dobras do corpo, como pescoço, dobras do cotovelo e atrás dos joelhos. E, quanto mais o paciente se coça, maior o risco de contaminação das lesões e piora do quadro. Cerca de 60% das crianças apresentam redução ou desaparecimento das lesões antes da adolescência.
- A doença apresenta riscos?
Por se tratar de uma doença crônica, o quadro é arrastado e de evolução em ciclos. Sendo assim, há períodos de piora e melhora, mesmo espontânea. O maior risco é a infecção bacteriana/fungica/viral sobreposta as lesões eczematosas. Isso pode ser percebido pelo desenvolvimento de secreção purulenta, calor local e umidade nas lesões. Quadros muito extensos quando infectados podem inclusive gerar infecções disseminadas.
- Quais os tratamentos indicados? A doença tem cura? Como prevenir?
A dermatite atópica tende a aparecer ou a piorar quando a pessoa é exposta a certas substâncias ou condições. São fatores desencadeantes: pele seca; poeira; detergentes e produtos de limpeza em geral; roupas de lã e de tecido sintético; baixa umidade do ar; frio intenso; calor e transpiração; infecções; estresse emocional; certos alimentos. A chave para o controle da dermatite atópica é evitar ou reduzir a exposição aos fatores desencadeantes e tratar as crises agudas. Existem algumas dicas para atenuar os fatores desencadeantes:
– uso diário e contínuo de cremes hidratantes com a pele úmida após o banho;
– o banho deve ser morno para frio, com uma duração média de 5 a 10 minutos, sem bucha;
– use roupas leves, de algodão e evite tecidos sintéticos;
– use sempre filtro solar;
– evite contato com irritantes da pele como detergentes, cosméticos perfumados e coloridos, produtos de limpeza de casa, gasolina, banhos quentes e demorados, bijuterias e excessiva lavagem das mãos;
– mantenha as unhas curtas;
– evite usar sabões em pó potentes e amaciantes para lavar a roupa;
– reduza o estresse.
Nas crises mantenha os cuidados da pele e inicie o tratamento prescrito pelo seu médico. Os tratamentos mais utilizados são:
– corticosteróides tópicos são medicações utilizadas nas lesões ativas (vermelhas, descamativas e com coceira) e possuem potências variadas. A escolha da potência é critério médico.
– antibióticos orais ou tópicos podem ser utilizados para tratar a infecção bacteriana que pode acompanhar as crises agudas;
– anti-histamínicos orais são utilizados para reduzir a coceira;
– inibidores tópicos da calcineurina (pimecrolimus e tacrolimus) são alternativas de tratamento do eczema.
– outros tratamentos são utilizados nos casos graves e extensos como fototerapia, talidomida, ciclosporina e metotrexate orais, entre outros.
Corticosteróides orais habitualmente não são utilizados no tratamento da dermatite atópica devido ao seu efeito rebote (com a suspensão do tratamento a recidiva costuma ser pior) e seus efeitos colaterais. Estes devem ser evitados.
- Qual o momento e a importância de buscar uma ajuda médica?
Ajuda médica é indicada desde o inicio da apresentação dos sintomas. Se o diagnostico for feito precocemente, é possível se evitar crises e infecções recorrentes. Além disso, uma boa orientação e esclarecimento do quadro ajuda a diminuir a ansiedade e busca incessante pela cura feita pelos pais.
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