Saiba como acabar com as espinhas
Especialista garante que está ultrapassada a ideia de que não se deve tratar a acne e lembra que ela não é contagiosa e não se relaciona à “sujeira” da pele ou do sangue.
Não tem idade. As espinhas podem aparecer em qualquer fase da vida, mas pode ser vista principalmente em adolescentes, quando o aumento dos níveis hormonais estimula o trabalho das glândulas sebáceas. Conforme a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a acne acomete cerca de 80% dos adolescentes, entre os 11 e 20 anos de idade. Segundo a dermatologista Joana Barbosa, a acne é o nome dado a espinhas e cravos que surgem devido a um processo inflamatório das glândulas sebáceas e dos folículos pilossebáceos. “Hormônios sexuais, que começam a ser produzidos na puberdade, são os principais responsáveis pelas alterações das características da pele e consequentemente o surgimento da acne”.
As lesões aparecem com mais frequência na face, mas também podem ocorrer nas costas, ombros e peito. Esses hormônios, chamados andrógenos e estrógenos, são produzidos tanto pelos ovários (mulher) e testículos (homem), quanto pelas glândulas suprarrenais (duas pequenas glândulas situadas sobre os rins), em ambos os sexos. “São os andrógenos os responsáveis pelo início do funcionamento das chamadas glândulas sebáceas que são mais ativas na face, peito, costas e couro cabeludo. Elas estão presentes desde o nascimento, mas são mais ativas na puberdade, época em que, em pessoas com predisposição genética, desencadeia mudanças relacionadas ao conteúdo de gordura (secreção sebácea) da pele e do couro cabeludo”, esclareceu Joana.
Tratamentos
A especialista garante que está ultrapassada a ideia de que não se deve tratar a acne por ser considerada “própria da idade” ou “de desaparecimento espontâneo com o tempo” ou “de não ser doença”. Seu controle é recomendável não só por razões estéticas, como também para preservar a saúde da pele e psíquica, além de prevenir cicatrizes (marcas da acne) tão difíceis de corrigir na idade adulta. “O ideal é a acne ser tratada o mais precocemente possível. Vale lembrar ainda que quem tem acne não deve, em nenhuma hipótese, manipular (“cutucar, espremer”) as lesões, pois isso pode levar à infecção, inflamação e cicatrizes”, afirmou a dermatologista.
De acordo com a médica, há diversas opções de tratamento, que podem ser tanto de terapia local, quanto por via oral ou a combinação de ambas. “O tratamento vai variar de acordo com a gravidade e a localização, e em função de características individuais. Em formas leves, o tratamento pode ser apenas local, com inúmeros produtos existentes no mercado, isolados ou combinados. Quando o quadro não evolui bem, o tratamento por via oral é associado, utilizando-se antibióticos específicos com o tratamento local. A terapia hormonal, com anticoncepcionais orais, é sempre útil para as mulheres, desde que não existam contraindicações. Quando não há uma boa resposta aos tratamentos deve ser indicada a isotretinoína oral, mesmo em casos moderados”, disse Joana.
Ela acrescenta que procedimentos complementares podem ajudar no controle da acne, como: extração de “cravos”, drenagem de abscessos, infiltração com corticoides em lesões nodulares muito inflamadas ou em cicatrizes elevadas, peelings químicos, microdermabrasão, alguns tipos de laser, luzes e esfoliações químicas.
Prevenção
A médica ainda lembra que a prevenção do quadro começa com a higiene adequada da pele, com um sabonete ou produto de limpeza indicado especialmente para pele acneica ou oleosa. ”A limpeza excessiva é prejudicial à pele como um todo (causando irritação) e pode piorar as lesões. Também se deve evitar cosméticos que aumentem a oleosidade. Além disso, as pessoas com acne, como todos, devem se expor ao sol de maneira cuidadosa, racional e orientada”, finalizou.
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